Portal Tupanatinga: fevereiro 2018

Postagem em destaque

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Brasil tempos de Crise: fascismo social




José Luiz Cavalcante,Educação:Doutorando em Ensino das Ciências pelo Programa de Pós Graduação em Ensino das Ciências da Universidade Federal Rural de Pernambuco (PPGEC-UFRPE), Professor da Universidade Estadual da Paraíba - Campus VI - em Monteiro - PB. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Estadual da Paraíba. Cultura; Musico, compositor, interprete, poeta, escritor, etc 


O Nobre Cidadão Tupanatinguense sempre encontra um espaço na sua agenda  para dialogar e contribuir com esse  informativos na busca de melhor colaborar  com a formação social e cultural da nossa terra, com vocês Zé Luiz: 



"Ao contrário do pessimista, tenho esperança, afinal sou educador, acredito que a sociedade brasileira chegará em um patamar que se faz necessário repensar nossos valores, nossas atitudes, nossas metas. Acredito em nossos estudantes os quais têm feito um movimento de resistência legítima contra ao fascismo social que hora se instala em nosso País. Faço lembrar Geraldo Vandré, sempre atual... “vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer...”
por Jose Luiz 

Há exatos dois anos me vali desta mesma coluna, aqui no Jornal Conexão Cultural, para expressar minha humilde opinião sobre o cenário político brasileiro e a crise que se anunciava. Relendo aquele texto hoje, me impressionei com o que escrevera naquele artigo. O contexto daquela época todos vocês conhecem, desemprego, combustíveis em alta, uma presidenta visivelmente despreparada assumindo legitimamente o seu cargo com um discurso pífio, uma oposição sem escrúpulos, covarde e pronta para vender a alma da nação para recuperar o poder. Confesso que as palavras que teci naquele artigo eram de um leigo no assunto, era um brado de um cidadão brasileiro indignado com o que via, hoje não é diferente, embora minhas preocupações sejam outras

Curioso é ressaltar que as dificuldades encontradas pelo nobre editor do “Conexão Cultural” me permitiram revisar esse texto ao menos duas vezes, e todas as vezes que o fiz, foi necessário acentuar a gravidade da crise política e institucional pela qual passamos. Toda semana novos fatos, novos golpes se apresentam para massacrar o povo brasileiro. Deixo aqui minha solidariedade a José de Nica, pois fazer cultura e divulgar informação de qualidade não é fácil.
A razão para gravidade está no desmantelo anunciado do Estado que se segue desde então, em 29/11/16 quando escrevi a primeira versão deste texto, o Brasil chorava a perda trágica da delegação da Associação Chapecoense de Futebol. Naquele mesmo dia era eminente a aprovação de emendas constitucionais que estavam em “discussão”, mas não em debate, que sinalizavam tempos de retrocessos no modelo educacional do País, dentre outras questões igualmente importantes. A reforma do Ensino Médio não só foi aprovada, como de lá pra cá, projetos como terceirização irrestrita, e a perca de direitos fundamentais estão sendo aprovados na calada da noite.
A segunda versão escrevi em abril desse ano e de lá pra cá vimos a reforma trabalhista, que como diz a grande mídia foi para modernizar a lei, passar tranquilamente. Com maior gravidade o Sr. Presidente da República denunciado por duas vezes pela sua conduta duvidável e o congresso nacional descaradamente vendido barrando as denúncias. A corte suprema da justiça brasileira expondo o quão contaminadas estão as instituições brasileiras, o dinheiro da corrupção sendo encontrado, os corruptos usando do protecionismo corporativista para se proteger, como no caso do Sr. Aécio Neves. Junte tudo isso e teremos o retrato perfeito do caos político em que a democracia brasileira se encontra. O presidente sancionou a “reforma política” que prevê dentre outros absurdos o financiamento publico das campanhas eleitorais desses mesmos corruptos. Um fundo na ordem dos bilhões parece muito para quem diz que não tem dinheiro e tem privatizado o que sobrou do Estado, a Amazônia é o próximo passo. E a gasolina? Que me preocupava há dois anos atrás, hoje parece ser o menor dos nossos problemas, afinal de contas R$ 4,20 me parece um valor razoável, você não acha?
E segue o barco, dívidas bilionárias estão sendo perdoadas e pouco se fala sobre isso, a própria previdência tem somas astronômicas de débitos de bancos e outras empresas privadas, daí o governo quer com sua reforma que o trabalhador, as mulheres, os agricultores paguem a conta? Os impostos continuam em alta, e para conseguir mais dinheiro a solução é privatizar, em dia se abriu um leilão, no mesmo dia se arrecadou cerca de 12 bilhões. E o mercado segue ditando a regra do jogo, afinal a reforma previdenciária, política, e outras mais se alinham com as necessidades do mercado.
Não quero anunciar um cenário apocalíptico com estas linhas, porém preciso ser duro e veemente na defesa de que os caminhos escolhidos pelo atual Presidente da Nação e sua equipe de ministros de índole duvidosa não me deixam enxergar melhor cenário daqui para frente. Não, eu não sou contra as reformas que tiverem que ser feitas, só não posso compactuar com a maneira como eles estão sendo conduzidas de forma atabalhoada, não posso crer em medidas que só facilitam a vida do grande empresariado, do mercado econômico. Se nesses modelos sustentabilidade e solidariedade não são princípios primordiais não posso compactuar.
E antes que o caro leitor de opinião contrária me taxe de esquerdista ou de direita, ou de qualquer outra posição política, aviso que isso não vem ao caso, a discussão aqui não é se o PT (vulgo Lula) estava nos escândalos, ao que me conste é difícil saber qual partido político não entrou na dança, inclusive da antiga oposição, não sairei em defesa de ninguém da classe política que esteja envolvido em atividades ilícitas. Mas não vou me furtar de dizer que a impressa de massa (a qual não sou telespectador já tem anos) não trata com equidade os personagens desse escândalo vergonhoso, tenta blindar certas figuras, mas Fachin parece que não deixou.
Uma pena, lamentável, vergonhoso, e gostaria de mais energia de forma igualitária aos envolvidos, para que se faça justiça, esteja quem estiver envolvido. Digo isso porque em um jantar outro dia desses que fui convidado, em que os membros em sua totalidade eram da elite, herdeiros de certas oligarquias da região onde moro, se regozijavam ao bradar que um único homem deveria ser preso, de que haviam crimes sérios e crimes menores, que o caixa 2 era coisa boba se não a eleição não sai, e se você, estimado leitor, pensa igual, veja que sistema tortuoso nós vivemos, onde o errado é meio certo. Nesse mesmo jantar era proibido falar de reforma da previdência, transferência de renda ou coisa parecida, pois isso não interessa. Afinal muitos ali já eram usuários dessa mesma previdência “falida”.
Se o errado é meio certo, talvez faça sentido falarmos em intervenção militar, em figuras messiânicas (defensores da boa moral) que prometem reestabelecer a ordem, que dizem que minorias, como índios e quilombolas devem ser execradas de seus territórios, que são preguiçosos, ou que homossexualismo é uma doença. Porém digo que certo é que o povo brasileiro (me incluo totalmente nessa crítica) tem memória curta. Pois se acaso não sabeis sobre Delfim Neto e o Caso Camargo Correia (durante a ditadura militar), se nunca ouviu falar de censura, genocídios, empréstimos astronômicos em prol do milagre econômico, ou indo mais longe no papel de Carlos Lacerda na difamação sistemática do presidente mais populista do século passado em nossa nação, não poderemos seguir adiante na discussão, pois o cenário é de Fascismo Social. Recomendo também que se leia o artigo “Berço de ouro, mentalidade autoritária: a “árvore genealógica” da Lava Jato”, no site Brasil de Fato, cujo o colega Prof. Marciano da UFCG – Sumé também assina, leituras como essas ajudam na percepção e na memória.
Por instigação do Professor Felipe Gervásio Pinto da Silva da UFCG – CDSA – Campus Sumé, isto mesmo em Sumé a 32 km de Monteiro-PB temos uma Universidade Federal, além da Universidade Estadual da Paraíba e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba aqui em Monteiro, um legado fundamental para desenvolvimento do País deixado pelo Governo Lula, as universidades e a educação tecnológica e a inclusão social foram o carro chefe do seu governo. Por indicação do Professor Felipe me senti intimado a ler Boaventura de Souza Santos e seu conceito de Fascismo Social. Para este importante pensador da atualidade o fascismo social é diferente daquele fascismo político instalado na Alemanha.
O fascismo social se dá a partir do momento em que há uma crise no contrato social de uma dada sociedade, isto é, quando as noções de igualdade, justiça e solidariedade deixam de ser importantes naquela comunidade, em detrimento de valores individuais, onde grupos sociais e indivíduos passam a agir de forma individual.
Assim como o fascismo político o fascismo social ocorre em tempos de crise, suas consequências são manifestadas pela dominação de um grupo por outro, ou seja, um grupo dominante passa a tomar decisões unilaterais sem consultar o restante da população, isso me lembra o movimento atual das PEC.
Ele se impõe de formal paradoxal, ou seja, podem existir Estados democráticos onde há uma lógica acentuada de fascismo social, afinal nós vivemos numa democracia. Ele pode se manifestar em várias dimensões e esferas. No judiciário que ratifica ações moralmente duvidosas, na mídia que induz o sentimento de insegurança pessoal e coletiva.
Além disso, todas as instituições procuram legitimar a precariedade das relações e dos contratos de trabalho, na apropriação dos bens públicos por grupos privados, como processos de privatização, e na supervalorização das transações de mercado que taxam o fator trabalho, em detrimento do capital e dos altos rendimentos.
Pois bem, caríssimo leitor é com tristeza que vejo nossa nação passando por características claras de um fascismo social. Mas ficar triste não é o bastante, faz-se necessário o engajamento em torno das discussões e a resistência a esse modelo nefasto que tenta dizer que o problema da crise do País é dos trabalhadores, dos professores, dos brasileiros, porque sempre somos nós que pagamos essa conta? Com impostos altos, juros exorbitantes, reformas aligeiradas e duvidosas?
Não vemos nenhum movimento legítimo por parte das classes dominantes (nem nunca veremos) no sentido de amenizar a crise que a própria classe política subserviente ao mercado financeiro, e com sede de poder, criou. A corrupção continua desenfreada, as regalias, a hipocrisia, nada muda. O congresso é ineficiente, a justiça é vergonhosa, e a corrupção segue a todo vapor, mas a sociedade, o povo, parece estar em transe, em estado de letargia crônica.
Também não vemos nenhum movimento legítimo, por parte dos parlamentares, em prol da auditoria da dívida pública, prevista na constituição, que até onde sabemos, só serve para alimentar o mercado financeiro que não se preocupa com nada além da sua própria manutenção. Ainda somos um País onde a Educação é precária, o sistema de saúde tem potencial para ser um dos melhores, mas a corrupção não deixa. Ainda matamos os nativos dessa terra, ainda desmatamos a Amazônia, ainda... ainda... ainda...
Mas 2018 tá aí, na verdade meu caro leitor, 2018 já começou faz tempo. E não argumentos que me convençam de que existe um nome que seja capaz de mudar essa realidade, o sistema está falido, o problema não são as pessoas mais o sistema que legitimamos. Não se consegue governabilidade sem ser corrupto. Por essa razão, como cidadão brasileiro não irei as urnas em 2018 para eleger quem quer que seja como meu representante no congresso nacional, senado ou na presidência. Digo isso com pesar, porém com a consciência tranquila de quem cumpre com seus deveres de cidadão. Enquanto corruptos se mantiverem no poder, enquanto as instituições políticas forem nichos de oligarquias, de regalias para poucos, enquanto não se convocar um debate sério sobre essas questões seguirei com esta opinião, isso não significar que irei parar de lutar.
Termino esse texto de opinião, declarando que não sou ingênuo a ponto de não reconhecer a negligência do governo Dilma e do governo Lula, para com tantas questões importantes, embora muitos avanços tenham sido alcançados. Ingênuo a ponto de não reconhecer também que o movimento que culminou com a derrubada do governo Dilma e com ascensão do seu “vice” ao poder foi motivado em grande parte interesses políticos, se não, não seria chamado por muitos de golpe. Mas estamos em crise e esse é um fato, todos pagam a conta, porém a parcela é sempre dos menos favorecidos, é fato também que sempre conseguimos dar a volta por cima, porém a que custo? Os servidores públicos são a mazela do Estado?
Ao contrário do pessimista, tenho esperança, afinal sou educador, acredito que a sociedade brasileira chegará em um patamar que se faz necessário repensar nossos valores, nossas atitudes, nossas metas. Acredito em nossos estudantes os quais têm feito um movimento de resistência legítima contra ao fascismo social que hora se instala em nosso País. Faço lembrar Geraldo Vandré, sempre atual... “vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer...”

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Ação de Solidariedade em prol da Educação no Agreste Pernambuco

Iniciativa beneficia mais de 22 mil estudantes de famílias de baixa renda
Escola Paulo Freire Tupanatinga
Acontece nas cidades de Tupanatinga e Buíque, Agreste Pernambucano a entrega dos kitsde material pedagógico da campanha Criança Nota 10 — Proteger a infância é acreditar no futuro, para mais de setecentos alunos da rede municipal das duas localidades. No Recife mais de duzentas crianças e adolescentes que participam dos programas socioeducacionais no Centro Comunitário de Assistência Social da Legião da Boa Vontade (LBV), já receberam seus kits. Ao total são mais de mil crianças e adolescentes beneficiadas pela Instituição.

A iniciativa visa apoiar os pais que não têm recursos para a compra do material escolar e contribuir para o combate ao analfabetismo. A campanha da LBV  beneficia, em todo o Brasil, mais de 22 mil estudantes de 90 municípios, nas cinco regiões do país. Os kits são compostos de acordo com a faixa etária e contêm itens como estojo, lápis preto e de cor, canetas, apontador, borrachas, tesoura, tubos e cola, tinta guache, cadernos, mochila, régua, entre outros.
Alunos do Sitio Sanharó em Tupanatinga

Ajude a mudar! Sua doação faz a diferença.
Para angariar os recursos, a LBV conta com a ajuda da população, de colaboradores, de voluntários, de empresas parceiras e com o apoio da mídia. As doações podem ser feitas pelo site www.lbv.org ou pelo tel.: 0800 055 50 99.

A LBV
A Legião da Boa Vontade acredita que a educação, iluminada por valores espirituais, éticos e ecumênicos, transforma o ser humano para melhor, por isso, há mais de 68 anos, atua ao lado das populações em situação de vulnerabilidade social. Nas cinco escolas e nos66 Centros Comunitários de Assistência Social que atendem crianças e adolescentes, a Instituição oferece o apoio necessário às famílias, para que os filhos tenham acesso à Educação e garantia e proteção de seus direitos, além de outros benefícios, e realiza atividades socioeducativas, esportivas, culturais, artísticas, lúdicas e recreativas, bem como projetos permanentes de incentivo à leitura.

Serviço
Evento: Entrega de kits de material pedagógico da LBV
Localidades: Recife, Buíque e Tupanatinga
Informações: www.lbv.org |
Redes sociais: LBV Brasil no Facebook, no YouTube ou no Instagram