Portal Tupanatinga: 2020-05-31

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

“NOSSA” CONSCIÊNCIA NEGRA!



Ainda temos muito o que “caminhar” para desconstruir certas mentalidades que manipulam a sociedade produzindo uma “vitrine de igualdades”, a qual está distante de uma realidade verdadeiramente humana e justa independentemente da origem étnica de cada um que compõe o todo da sociedade!


Elton Machado de  Melo
Historiador e Jornalista

No dia 20 de novembro rememoramos o Dia Nacional da Consciência Negra, cujo objetivo deveria e deve ser um “momento” de reflexão sobre um dos períodos mais graves e dolorosos da história do Brasil, onde aproximadamente 13 milhões de africanos foram trazidos pelos navios negreiros e tornados escravos, passando por humilhações, sendo torturados e mortos dentro da dinâmica de exploração colonial brasileira, fato que perdurou até o Segundo Reinado (1840 – 1889). No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, filha do imperador Pedro II, assinou a Lei Áurea oficializando o fim da escravidão, a qual já agonizava face às pressões dos ingleses (interessados em ampliar seu mercado consumidor dos produtos industriais britânicos) e dos movimentos abolicionistas que atuavam dentro do território brasileiro.
Se passaram 131 anos do fim da escravidão negra oficial, contudo, as mazelas sociais que oprimem os afrodescendentes, ainda hoje, se mantêm de forma violenta, seja explícita, ou silenciosa. E para ilustrar o que está sendo dito aqui, citamos com profundo repúdio e indignação o ato do deputado coronel Tadeu do PSL – SP (membro da bancada da bala), que quebrou uma placa que denunciava a morte de jovens negros por um agente da polícia militar através de uma charge feita pelo cartunista Latuff, exposta no salão da Câmara de Deputados, em Brasília, no dia 19 de novembro.
Atos como esse, e principalmente partindo de um membro do Legislativo Federal, o qual deveria ser o primeiro a lutar contra todo tipo de violência, nos leva a questionar sobre a forma como os direitos sociais e humanos são preservados e quais os grupos sociais que de fato os têm garantidos. O Dia nacional da Consciência Negra nos traz à memória Zumbi, o grande líder de Palmares, o qual morreu resistindo. Não muito diferente, centenas de “Zumbis”, homens e mulheres, resistem diante de tanta discriminação social, cultural, econômica, sexual, ideológica e de cor. Mesmo com a presença de tantos homens e mulheres, negros e negras, nos diversos meios sociais, a discriminação e o racismo não foram extintos das mentes e dos coração daqueles e daquelas que ainda se “acham” “melhores e superiores” mantendo e perpetuando um “darwinismo social”, ou se preferir um “apartheid étnico – social”, o qual mutila vidas e futuros brilhantes de um grupo social, culturalmente diversificado, que ainda é “visto” “de lado” e “jogado” nos “porões” do descaso social e da impunidade, quando as vítimas são negros e negras e os algozes “as gentes da casa – grande”, que manda seus “capatazes” executarem o serviço em nome da dinâmica capitalista burguesa neorracista.
Ainda temos muito o que “caminhar” para desconstruir certas mentalidades que manipulam a sociedade produzindo uma “vitrine de igualdades”, a qual está distante de uma realidade verdadeiramente humana e justa independentemente da origem étnica de cada um que compõe o todo da sociedade!
Salve 20 de novembro, salve Zumbi dos Palmares e seus herdeiros da luta e do compromisso histórico com a transformação .

Material extraída do Jornal Portal de Tupanatinga V Edição. Jan/2020 

terça-feira, 2 de junho de 2020

Contágio e Ignorância

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"Não se trata apenas da implantação de providências políticas, pois o processo de combate ao vírus é coletivo. É necessário a prática da solidariedade e empatia como forma de fortalecer a esperança, além da conscientização de todos os indivíduos, já que qualquer um pode ser afetado."


Samara Florêncio 

Com o fim da segunda guerra mundial em 1945 não se imaginava que em vez de armas, um vírus assolaria o mundo matando milhares de pessoas. E o Brasil estaria centralizado nesse novo conflito global.
Na atualidade o vírus covid-19 destaca-se por ter um alto índice de contágio e efeitos mortais. No final de 2019 a China confirmou sua primeira morte pela doença, em seguida a Europa surgia como epicentro do vírus, tendo boa parte da sua população dizimada. Em poucos meses a pandemia chegou ao Brasil tão avassaladora e cruel quanto no resto do mundo. Tal situação tornou-se uma problemática ainda mais grave, uma vez que a maior medida preventiva, o afastamento social, tem sido descumprida pelos próprios governantes do país, o que gerou revolta na população, e uma notória instabilidade na política brasileira.
Do outro lado o Coronavírus mostrou que não escolhe classe social, religião, ou etnia, todos estão sujeitos à contraí-lo, porém a negligência comportamental da sociedade, junto ao individualismo e irresponsabilidade colaboram para o avanço da doença. O que implica em impactos negativos dentro dos mais diversos aspectos sociais. Esse reflexo já é visto na economia, na taxa de desemprego e no sistema de saúde que se encontra em alerta emergencial.
São Paulo é o estado brasileiro com o maior número de mortes. Na tentativa de minimização do caos, o governo Paulista adotou além da quarentena, o uso de máscaras como obrigatório para toda população, entretanto é visto que a norma não vem sendo obedecida. A construção de leitos e hospitais provisórios foi outra iniciativa tomada para o atendimento da alta demanda de . .casos. Em uma segunda análise pode-se constatar que todas as medidas de contenção da pandemia demoraram para ser inseridas no Brasil, a omissão governamental, e a desinformação talvez tenham contribuído com isso.
Todas as nações mundiais estão unidas na luta contra o COVID-19. China e Itália estão desenvolvendo pesquisas e fabricando vacinas a fim de curar a doença, o mesmo deve ser aplicado no Brasil. Não se trata apenas da implantação de providências políticas, pois o processo de combate ao vírus é coletivo. É necessário a prática da solidariedade e empatia como forma de fortalecer a esperança, além da conscientização de todos os indivíduos, já que qualquer um pode ser afetado. O objetivo é estagnar e reduzir o máximo dos danos causados por esta catástrofe.
por Samara Florêncio
       Jornalista

EDUCAÇÃO INCLUSIVA É UMA É UMA REALIDADE EM TUPANATINGA


                                               




ESPAÇO AEE


A Secretaria de Educação de Tupanatinga, considerando a necessidade de incluir as pessoas com deficiência na sociedade e preocupada com o elevado índice de pessoas com deficiência em nosso município que viviam segregadas das atividades escolares e sociais, submetidas muitas vezes à exploração doméstica, sem acesso devido a serviços de lazer e cidadania, implantou o serviço de Atendimento Educacional Especializado (AEE) que homenageia o saudoso Allan Erick Freitas, inaugurado no dia 23/09/2018, tendo como fundamento o artigo 27 da constituição brasileira que afirma a educação como direito da pessoa com deficiência, assegurando o sistema educacional inclusivo, em todos os níveis de aprendizado ao longo da vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais.

O Atendimento Educacional Especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos de acessibilidade que irão contribuir para que o aluno aprenda de maneira mais tranquila. É um espaço de inclusão social destinado às pessoas com deficiência na comunidade, levando em conta suas limitações e potencialidades, agindo integrado ao todas as escolas da rede municipal de Tupanatinga, uma vez que para ter direito a este serviço o estudante precisa estar matriculado também no ensino regular, participando do AEE no contra turno. Atualmente, temos 48 alunos matriculados do jardim I até o nono ano. Graças ao empenho dos nossos professores, muitos dos alunos do AEE estão conseguindo desenvolver a leitura e a autonomia, pois muitos apesar de já estarem concluindo ensino fundamental, ainda não sabiam ler. 
Sabemos que de acordo com a lei, eles não podem ser reprovados, mas o importante não é a promoção de ano e sim o conhecimento que estão adquirindo, pois esse conhecimento é o que os faz sentir-se iguais aos demais e também é o que facilita futuramente a entrada deles no mercado de trabalho, o que hoje é uma realidade possível, pois sabemos que a maioria dos concursos públicos têm vagas reservadas para pessoas com deficiência, no entanto, para que essa inclusão seja possível, é preciso que estejam capacitados. Nesse contexto, o Espaço AEE proporciona um apoio e um reforço à educação já iniciada pelas demais escolas. Sendo assim, é importante destacar que não trabalhamos de maneira isolada.  


O Espaço AEE Allan Erick tem uma equipe de excelência. As professoras Vânia e Bárbara destacam-se por exercerem o papel com dedicação, cuidado e zelo. O espaço conta ainda com o profissionalismo das professoras Fabiana, Vilma e Inêz, além da merendeira Dazinha e do professor voluntario de dança, Davi. “Costumo dizer à minha equipe que trabalhamos com educação inclusiva e por isso temos que abraçar como missão, pois nos tornamos uma família e criamos um vínculo muito forte com os pais”. É muito bom fazer a diferença na vida de alguém e o Espaço AEE tem feito isso a cada dia. O prefeito Silvio Roque, a vice-prefeita Mara e o secretário de educação Ronaldo Silva têm um olhar voltado para as diferenças e nos oferecem constate apoio, facilitando a participação da equipe em formações voltadas à educação inclusiva em diversas cidades. “Sinto-me feliz por coordenar esse espaço tão abençoado e por fazer parte da história de vida desses alunos que de fato são especiais, não por suas limitações, mas sim pelo carinho e exemplos de superação que nos transmitem todos os dias. Gostaria de agradecer a todos os que direta ou indiretamente ajudaram para que este sonho de ter uma educação inclusiva na nossa cidade fosse realizado”.     

Por Rosilda Martins e Coordenação
fotos: Coordenação do Projeto