Portal Tupanatinga: 2020-06-07

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sexta-feira, 12 de junho de 2020

EDUCADORA, DIRETORA, SECRETÁRIA...DE MÃO CHEIA!


Falar ou ouvir assuntos desagradáveis nos entristecem, mas falar da grandeza de coração de alguém é prazeroso. E desta pessoa com certeza vale a pena.

 por Maria José Pereira(Dona Zezé)
 fotos Acervo da homenageada

Maria Helena Cursino de Melo (Leninha, dona Leninha), filha de José Cursino de Melo (S. Zuquinha) e de dona Carlinda Ramos de Melo, nasceu em uma família tradicional deste município, na época distrito, aqui viveu sua infância junto aos seus 13 irmãos.




Na adolescência, a jovem partiu para a cidade de Arcoverde onde concluiu o curso ginasial e o Magistério no Colégio Imaculada Conceição. Ao retornar a terra natal passou a lecionar. Nesta época, o Distrito já havia se tornado cidade, trabalhava na Prefeitura como secretária de Finanças na gestão do saudoso prefeito Sr. Jaime de Melo Galvão.
Esteve por vários anos à frente da querida Escola José Emilio de Melo com quem tive a honra de conviver na esfera educacional junto às colegas, as quais, assim como eu, a admirávamos como diretora, amiga e conselheira. Escola de pequeno porte na época, mas aconchegante na qual a convivência de longas datas era num clima de respeito, amizade, compreensão e responsabilidade do compromisso assumido. Primeiramente Deus, mas ela contribuiu bastante na formação de caráter dos filhos daquelas mães que davam ouvidos aos seus conselhos, quando por ocasião das palestras nos ciclos de Pais e Mestres.
Digo isso com propriedade.  

Nunca descuidou de aprimorar seus conhecimentos e fez o curso de Matemática na faculdade de Arcoverde. Foi uma eximia professora, saindo do âmbito educacional trabalhou em algumas secretarias da Prefeitura nos governos dos Senhores Prefeitos: José Cordeiro Feitosa, Manoel Ferreira dos Santos e Manoel Tomé, além de trabalhar, também, na Câmara Municipal. Ocupou por alguns anos um cargo estadual ligado as obras contra a seca no governo do ex-governador Miguel Arraes de Alencar. Trabalhou intensa e incansavelmente a vida profissional, porem nunca deixou de lado os compromissos que cada cristão deve ter para com Deus. Participa ativamente nas diversas atividades da Igreja Católica, levando a palavra de Deus e deixando mensagens de que ajudam na reflexão para uma transformação de vida interior das pessoas.
Criatura de boa índole, em cada campo de ação, seja profissional ou religioso, por onde passa fez e faz amizade. Competência é o que nuca lhe faltou e junto a este predicativo, seu    lema continua sendo: Responsabilidade, Seriedade e Solidariedade.  Por isso que afirmo: Foi agradável fazer esta pequena biografia dedicada a uma pessoa de tão grande envergadura.


Valeu, amiga, por ter contribuído e estar contribuindo para o desenvolvimento sociocultural e religioso do nosso povo.  

  







quinta-feira, 11 de junho de 2020

Tempos Estranhos




                                                           
                                                                                                                                            por Edezilton
                                                                                                               

Os professores da Universidade de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt escreveram o livro “Como as Democracias Morrem” onde cunham a ideia de que são as polarizações que matam as democracias.       


Todos os golpes no Brasil se valeram de polarizações para se concretizarem. A polarização tem inicio com o ato de eleger um inimigo imaginário ou real, não importa.  Porque não há ditadura sem um inimigo. No golpe cívico-militar de 64 o inimigo eleito foi o comunismo, no golpe de 2016 o inimigo eleito foi a corrupção.  Atualmente a ultradireita que ocupa o poder elegeu como inimigo imaginário, como em 64, o comunismo.  Cria-se uma polarização do bem contra o mal, onde a verdade é distorcida e a massa do povo pouco politizada é enganada e conduzida. A polarização inibe o pensar crítico.

Não podemos afirmar que vivemos numa ditadura, pois o governo que aí está foi eleito democraticamente, embora recorrendo a fake News, demagogia religiosa, falso moralismo, táticas do engodo, negação da história etc. Mas se fizermos uma análise das declarações e comportamentos é como se vivêssemos numa ditadura: a defesa da ideia de escola sem partido, perseguição às minorias e aos que pensam diferente que fizeram sair do país pessoas como a filosofa Márcia Tiburi, o deputado Jean Willis, e a destruição que se quer fazer do legado de Paulo Freire, etc. Ou seja, a ditadura está posta, ainda que no nível do imaginário dos pretensos ditadores.

Recentemente a Folha de São Paulo publicou um editorial que chamou de “fantasia de imperador” em que considera que o governo Jair Bolsonaro “combina leviandade e autoritarismo”. Referindo-se a Bolsonaro escreveu: “será preciso então que as regras do Estado democrático de Direito lhe sejam impingidas de fora para dentro, como os limites que se dão a uma criança”.

A polarização, nos tempos de hoje, com a redes sociais e perfis fakes se alastra com muito mais rapidez e aumenta o poder de destruição. Colabora para isso a grande mídia que forma a opinião de massa conforme interesse da elite do atraso e o poder de voto que as igrejas evangélicas mal-intencionadas têm. Ou seja, temos, no Brasil, todos os ingredientes para que o povo seja manipulado conforme os interesses do mercado e das elites.

Não há mais a necessidade dos Estados Unidos invadirem países inimigos para fazer guerra armada, sempre com objetivo de se apoderarem das reservas de petróleo como sempre fizeram. A guerra agora recebe o nome de “guerra híbrida”, a ditadura agora é eleita pelo voto popular. Na guerra híbrida se utilizam da polarização, do poder que tem a mídia de formular o pensamento das massas. Elegem para presidente o governo propício a entregar as riquezas nacionais ao capital estrangeiro.  E se precisa destruir um opositor a mídia (Rede Globo de Televisão) e parte do judiciário utilizam o “lawfare”, agem conjuntamente: a mídia destrói a reputação e a justiça condena e prende o opositor, caso de Lula.

Esses tempos estranhos representam atraso educacional pela negação da história, das ciências e destruição da autonomia dos países vítimas.  No caso do Brasil a entrega do pré-sal significa a destruição do nosso futuro, uma vez que tinha sido definido que os recursos do pré-sal seriam direcionados para educação e saúde.

Foi Nelson Rodrigues que disse “que os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Esse tempo chegou.

Por Edezilton Martins

Santa Teresa de Calcutá: mais que uma Santa, um exemplo de humanidade


                                                                                                                               
                                                                                                                                    por Vanusa Lima 

Estava buscando inspiração para escrever um texto quando de repente vi uma reportagem sobre a Madre Teresa de Calcutá, hoje, Santa Teresa de Calcutá. Fiquei encantada não apenas pela pessoa que ela foi, mas, com o seu legado que perdura por quase duas décadas após sua morte.
Mas, o que pode chamar tanto a atenção de alguém assim? O que a Madre, hoje Santa, fez de tão especial para merecer uma reflexão a respeito? Bem, eu explico. Gostaria que essa não fosse uma exceção da humanidade, mas, pelo o que vemos diariamente, principalmente nos telejornais, torna-se cada vez mais certo que a nossa humanidade se distancia do que poderíamos chamar de humanismo.
As pessoas estão perdendo o respeito umas pelas outras, e não basta ser um desconhecido. Sim, porque antes a nossa desculpa para ignorar o próximo era “Não o conheço” “Não sei se é confiável” “É um estranho”. Verdade seja dita, isso não passa de murmúrios de quem quer se esconder atrás de desculpas mesquinhas.
Acaso a Madre ignorou os pobres e desconhecidos que a ela buscavam? Não, pelo contrário. Não foram eles a procurarem pela Madre, e sim, ela que os procurou. Uma freira singela, de estatura baixa, corpo franzino e rosto carregado de hibridismo sentimental, onde as perturbações mundanas contrastavam diariamente com a sua devoção ao seu Cristo Senhor e a sua crença ao próximo.
Quando fora para as Índias, tinha uma missão: dar aulas para meninas ricas. Mas, isso a incomodava e ela sentia que não estava no lugar certo, que algo precisava ser feito e não era ali, junto daquelas garotas que desfrutavam de uma vida cheia de luxo e conforto. Então, certo dia, durante uma viagem de trem, ela ouviu uma clemência e entendeu como sendo a voz de Deus falando consigo: “tenho sede”, foi o que ela escutou.
Não tardou, e aquela freira, tão pequenina em tamanho, entretanto de uma gigantesca sabedoria e bondade, aportou na cidade de Calcutá, e, num dos bairros mais pobres da cidade, em meio às vielas sujas e rodeadas por animais soltos, e lixo por todos os lados, convenceu os pais de algumas crianças de que elas precisavam estudar, e ali mesmo, no meio da rua, onde o céu era o teto e o chão era o quadro negro, ensinou geografia e inglês.
Mas não pensem que esse foi o gesto mais nobre desse ser humano exemplar. A partir desse momento ela passou a cuidar de cada enfermo de Calcutá, tivesse ele doença contagiosa ou não, morador de rua ou não. Sua predileção eram os pobres, pessoas que passavam fome e as mais distintas privações. Para ela não havia preconceito, não importava a etnia, religião ou qualquer outra coisa que pudesse afastar as pessoas umas das outras, como vemos comumente. Assim era a Madre Teresa... Assim, é a Santa Teresa.
E foi com esse desejo por uma humanidade melhor que vi naquela mulher, um exemplo de humanismo, de carinho e respeito ao próximo. Que bom seria se praticássemos um terço do que ela ensinou e praticou. Mas ao contrário disso, o que vemos são pessoas cada vez mais longes umas das outras, seres humanos vivendo em “mundos fechados”, insociáveis, incomunicáveis. Onde os manifestos aparecem vez ou outra por conta de grandes tragédias ou manifestações político-partidárias, mas a prática do “fazer o bem sem olhar a quem”, está tornando-se escasso, não se olha mais para uma pessoa e tenta enxergar suas qualidades, seu caráter, e sim, o quanto ela vale em “real”. Tem dinheiro? É famoso? É rico? É influenciável? Então tudo bem, porque são esses os valores que a humanidade está correndo atrás. É honesto? Justo? Leal? Não se importa com fama e sim com o bem estar de teu próximo? Parabéns, porque muito provavelmente você é uma espécie em extinção.
Mas, são essas pessoas com qualidades à beira de um colapso “desumano” que fazem com que eu ainda acredite que o ser humano não está perdido, e que a esperança continuará sendo a última a morrer, desta forma, vou continuar acreditando que a Madre Teresa, hoje Santa Teresa de Calcutá, não foi a última ser vivente que passou por nossas vidas ensinando que amor e respeito são princípios básicos para se tratar dignamente ao nosso próximo. E que independente das condições em que vivamos, merecemos o respeito de todos, porque somos seres humanos e isso por si só, já é o bastante, mas ainda assim, não nos esqueçamos de praticar o que um dia nos foi ensinado, afinal de contas, não sabemos como estaremos no amanhã. Se hoje somos a Mao estendida, noutro momento poderemos ser a que está recolhida e vice-versa. Pensemos nisso antes de “não fazermos” algo pelo nosso semelhante.                                                                 
                                                                                                       
Vanusa Lima
Jornalista 4760/PE



quarta-feira, 10 de junho de 2020

FREVO NO CARNAVAL

Passistas de frevo no carnaval de Olinda Reginaldo Texeira/VEJA

É a identidade cultural de um povo. Símbolo de estima e valor para pernambucanos e brasileiros.

                                                                                                      Samara Florêncio

Desde o seu surgimento no final do século XIX, alegra e diverte os foliões que escolhem o estado pernambucano para apreciar as festividades carnavalescas. Olinda e Recife são berços do frevo, atraem turistas do mundo todo pela riqueza de blocos e atrações musicais que se reúnem no Carnaval. Além disso, são cidades que fazem parte do patrimônio histórico do Brasil.
Contudo, o frevo não faz a festa apenas na capital pernambucana. Em diversas cidades do interior, as orquestras ou fanfarras animam as multidões nos eventos. Mesmo bandas que não são reconhecidas musicalmente com o ritmo, mudam seu repertório para alegrar as pessoas nessa época do ano.
Alceu Valença é um dos cantores mais conhecidos pela sua genialidade musical. É um nativo representante do povo pernambucano, artista que em qualquer lugar do mundo apresenta o frevo. Não permite que essa sonoridade morra e fique apenas pelos quatro cantos de Olinda

                                          


Alceu Valença/Foto: Felipe Ferreira

Em uma de suas músicas, ele canta:
“Alô!
Voltei, Recife
Foi a saudade
Que me trouxe pelo braço
Quero ver novamente Vassoura
Na rua abafando
Tomar umas e outras
E cair no passo...”
A canção expressa a saudade que Recife deixa naqueles que a visitam no Carnaval. Ao som desta melodia, mais de 3 milhões de foliões sobem e descem as ladeiras de Olinda e ruas de Recife atrás dos trios elétricos.Elba Ramalho é outra figura importante para o carnaval pernambucano, embora não seja filha da terra, sempre participa dos festejos.

Em meados de 1970, surgiu o Galo da Madrugada, sem grandes pretensões fez renascer o tradicional e criativo carnaval de rua de Recife, então ameaçado pelos clubes que limitava o fazer da folia. O bloco cresceu e se tornou o maior do mundo. Anualmente arrasta milhões de pessoas no amanhecer do sábado de Zé Pereira abrindo as festas. Como já dizia Alceu Valença: “Carnaval começa com o galo da madrugada”

                
                                 Imagem do Galo da Madrugada/Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
.            Para pular o carnaval em Recife, é preciso ter muito fôlego e disposição. Dançar frevo exige animação e alegria para ferver até a quarta-feira de cinzas. Embora o Carnaval acabe, o frevo continua vivo para os pernambucanos e brasileiros. É um símbolo artístico que contribui para o enriquecimento cultural do Brasil.


 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 A arte é um dos melhores veículos para se transmitir uma cultura e o frevo é a viva representação dessa ideia. Tal tradição permeia pelo Brasil há 113 anos. Frevo é história, arte e vida. É a identidade cultural de um povo. Símbolo de estima e valor para pernambucanos e brasileiros.
Samara Florêncio
Jornalista