Portal Tupanatinga: 2020

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Votos de feliz Natal;

 


Neste Natal, não irei às lojas nem prestarei culto ao fetiche da mercadoria. Limparei toda a neve retórica que se acumula sobre o desassossego dos excluídos, para que a transparência cale a insolência dos arrogantes. Despedirei Papai Noel para acolher o Deus criança.

Por Frei Betto

Neste Natal, quero me despojar de todo visgo consumista e, de presentes, dar e receber apenas presenças. Haverei de partilhar o pão do espírito e a fome de beleza. Não permitirei que o sal da amargura roube a alegria da renascença solidária.

Manterei mudo o celular para escutar minhas vozes interiores. Pela via da oração, buscarei intuir o que Deus sussurra ao coração. Livre de amarras virtuais, irei ao encontro de diálogos reais. E me recusarei a beber a copa de ódio com a qual brindam os que conhecem apenas um mandamento: armar uns aos outros.

Neste Natal, não mais admitirei que os conceitos flutuem nos tetos das academias e que as palavras sejam oxidadas pelo discurso insano de quem invisibiliza seus semelhantes. Farei com que a verdade seja, de fato, a adequação da inteligência ao real. E espalharei por toda a cidade as pétalas da rosa dos ventos, para que perfumem o futuro isento das trevas do passado.

No bazar das hipotecas, não aceitarei trocar liberdade por segurança. Armarei o presépio no espaço inconsútil de minha subjetividade e, atento, escutarei o que o Menino tem a segredar ao ouvido do menino que ainda perdura em mim.

Neste Natal, não irei às lojas nem prestarei culto ao fetiche da mercadoria. Limparei toda a neve retórica que se acumula sobre o desassossego dos excluídos, para que a transparência cale a insolência dos arrogantes. Despedirei Papai Noel para acolher o Deus criança. E cantarei um bendito a todos que guardam o pessimismo para dias melhores.

Não permitirei que a ira e o ressentimento me acerquem da sanha assassina de Herodes. Seguirei a estrela de Belém até que me conduza à fonte da bem-aventurança da fome e sede de justiça.

Neste Natal, descartarei nozes e castanhas para me inebriar de aleluias. E convidarei à ceia aqueles que a ganância afasta do pão deles de cada dia. E reafirmarei meu radical ateísmo ao deus que suporta, indiferente, o mundo no qual poucos têm muito e muitos têm pouco.

Não darei falsos abraços a quem retorce nós em meus laços. Nem erguerei a minha taça de vinho àqueles que oferecem cicuta. Festejarei tão somente com quem trilha comigo as sendas da utopia e acredita que o mundo será melhor quando o menor acreditar no menor.

Reunirei músicos que, abraçados às suas violas, haverão de ressignificar a palavra violência, assim como é prenúncio de paz a paciência. Livrarei a festa de Jesus desse punhado de gente que, sem sabor de comunhão, recheia de prendas o vazio do coração.

Neste Natal, quando o canto do galo despertar outros galos e repletar a aurora de encantos, dobrarei os joelhos ao mistério da vida e ao dom inestimável da existência. Recolhido ao mais íntimo de mim mesmo, fecharei os olhos para ver melhor. E, com certeza, encontrarei o outro que não sou eu e, no entanto, funda a minha verdadeira identidade.

Pedirei aos pastores não trazerem ouro, incenso e mirra. O Menino que padece em tantos meninos esquálidos quer apenas pão e paz. Venham de mãos dadas, prestar-lhe culto no presépio, as duas filhas da esperança: a indignação, para denunciar tão injusta realidade, e a coragem, para mudá-la.

Neste Natal, não enfeitarei falsas árvores com os brilhos intermitentes do cinismo. Protegerei as que se erguem sobre raízes firmes, fortes, fundas e férteis. Farei dos motosserras enxadas para cultivar os dons da natureza e haverei de proclamar a soberania dos povos originários.

Não deixarei que o desalento semeie sombras no horizonte de meus sonhos. Em cada esquina anunciarei que a esperança viceja onde a cegueira do poder vislumbra apenas ameaças com seus tentáculos. E cantarei com Maria o magnífico louvor ao Senhor que despede os abastados com as mãos vazias e sacia de bens os famintos.

Frei Betto, frade Dominicano

Fonte: O Globo


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Tupanatinga ganha destaque entre as quadrilhas Pernambucanas

 Através de um concurso virtual, representantes da Junina Flor de Chita venceram a categoria de Melhor Xaxado do Sertão Pernambucano em 2020.

                                                                                                 Por Samara Florêncio


O novo Coronavirus impediu a realização de uma das maiores celebrações nordestinas, o São João, festa de grande importância para os quadrilheiros. Pensando nisso a Liquajus-PE (Liga de Quadrilhas Juninas do Sertão Pernambucano), teve a ideia de realizar um concurso online, para revelar destaques juninos mesmo com a pandemia.

 Alexandre Paz e Andreza Brás participaram do evento representando a Flor de Chita, em entrevista ao Jornal Portal de Tupanatinga nos contaram um pouco sobre a experiência. "Foi algo bem diferente do que esperávamos para 2020, até porque a pandemia desconstruiu os nossos projetos para esse ano. Passamos por alguns momentos complicados, mas em nenhum desistimos, participando desse concurso online podemos dançar e interpretar. Aceitamos os desafios e no fim deu tudo certo, o que foi extremamente gratificante", Disse Andreza, coordenadora e dançarina da junina. Segundo Alexandre, diretor e coreógrafo do grupo, durante as gravações dos vídeos todas as normas de higienização foram seguidas, assim como o uso de máscaras.


            Além da categoria de Melhores Cangaceiros, a Flor de Chita venceu com votos do público como Melhor Casal de Noivos e Melhor Rainha, trazendo para Tupanatinga mais reconhecimento cultural e artístico. O grupo sempre esteve acostumado a lidar com concursos presenciais, são 60 componentes e quase 10 anos de atuação no São João. De acordo com Andreza e Alexandre, o evento virtual foi uma forma de não deixar as celebrações de junho passarem em branco, uma vivência satisfatória e importante para JFC.

 Ainda sem previsão de retorno das atividades culturais, todo o mundo segue na expectativa pelo fim da pandemia e a volta do São João no Nordeste, Alexandre Paz também falou sobre as perspectivas para os festejos em 2021. "Confesso que estou bastante ansioso para o ano que vem, infelizmente todo o projeto de 2020 não serve para o próximo ano. Em 2021 a gente vem com uma nova proposta, uma pegada que promete revolucionar todos os espetáculos que o público está acostumado a ver. No ano que vem deixaremos uma mensagem inesperada e que acreditamos que tocará a todos de uma maneira forte e positiva". 


    A Flor de Chita já faz parte das tradições de Tupanatinga, é uma nativa representante da terra. A cada ano apresenta novas histórias e surpresas, os coordenadores da equipe afirmam que estão muito felizes com o apoio que recebem dos moradores da cidade e admiradores de fora, ressaltam que quando essa crise passar continuarão representando o município com muito orgulho e sucesso

sábado, 14 de novembro de 2020

Salve, salve o meu Brasil !!!



Por Marcio Vicente, 
Pr Evangélico da Igreja Batista

 

O povo brasileiro mais uma vez, neste domingo( 15) ,estará indo as urnas exercer sua cidadania através das eleições. Onde estarão escolhendo os futuros representantes do poder público exercido pelo legislativo e executivo de cada município do território nacional. Se passaram 47 dias, desde o dia 27 de setembro de 2020, quando deu-se início a campanha eleitoral. Foram dias de intensos, onde vivenciamos um pleito eleitoral caracterizado por uma política velha e antiquada, corriqueira, corrompida, sem pudor, sem ética...

 E, é nesse burgo cenário, que dar-se abertura, passagem e, sobretudo, tornar-se um campo fértil para o florescimento das mais venais práxis da corrupção sociocultural do povo brasileiro, que desde sua gênese histórica, já nascerá através de um processo putrefato que pendura pelos cinco séculos que se seguem.

 Consequentemente, é também, nesse período que muito se fala em fraldes, furtos, desvio de finalidade, de verbas públicas, improbabilidade administrativa, e, principalmente em corrupção...   

 Ao olhar-se para nosso país, vemos uma justiça dando espaço para a injustiça, onde o certo tornou-se errado e, o errado sendo proclamado como o certo! E, diante deste quadro obscuro e sombrio a pergunta, que não quer se calar é: De quem é a culpa? Dos governantes e gestores públicos, desde o executivo, legislativo e demais órgãos públicos representados pelos servidores, que deixam-se corromper?

 Mas, o que é realmente é corrupção? Será que ela está tão somente associada ao desvio das verbas públicas ou suborno, troca de favores ou compra de votos, pelos chamados “políticos” em ativa? O que Você caro leitor, sabe sobre o tema em questão?

 Corrupção vem do latim acorruptos, que significa “tornar pútrido”, ato ou efeito de corrompe-se, decompôs, apodrecimento..., mas, as suas formas variam de acordo com suas práxis, entretanto, inclui a propina, suborno, extorsão, fisiologismo, nepotismo, clientelismo, peculato e, etc.

 Portanto, falar de corrupção em nossa sociedade e de extrema necessidade e em caráter de urgente! Entretanto, infelizmente em nossa contemporaneidade nem todos os cidadãos estão aptos e credenciados para tratar do assunto com autoridade e irrepreensibilidade. Pois, uma vez que em suas práxis cotidiana, tais tem vivido de forma corruptível em pequenas ações e atitudes.

 Senão, vejamos: Atire a primeira pedra quem nunca teve que declarar no imposto tributário uma renda ou um patrimônio com um valor bem abaixo do real? Quem nunca, (na tentativa de garantir um empréstimo ou limite de conta bancaria), exorbitou a declaração de renda mensal? Quem nunca, apoio ou votou em um candidato por benefícios próprio ou troca de favores? Quem nunca utilizou de um apadrinhamento ou influência pessoal para ter privilegio no usufruto do serviço público ou privado?    

 Contudo, muitos falam de mudança, de transformação do cenário político e, sobretudo no cenário sociocultural de nossa nação. Sem dúvidas, faz-se necessário em caráter de urgência nosso país passar por uma restruturação em todos os setores e seguimentos sociais. É preciso, mudança e já, agora! Entretanto, também, é fato que não se pode esperar surgir políticos, candidatos e, consequentemente, gestores públicos honestos, justos incorruptíveis se o próprio eleitor na sua grande maioria que vota e elege seus representantes através da corruptibilidade, pelo viés das vantagens, da troca de favores, da barganha, do suborno, da compra e venda do voto!

 Portanto, é preciso mudar e já! Porém, a mudança deverá começa por mim e por você, por nós! Mudando as atitudes, o comportamento através de uma conduta cidadão irrepreensível, justa, honesta e coerente, conforme rege as leis da constituição nacional (direitos e deveres do cidadão), e sobretudo, conforme os valores e princípios que emanam de toda conduta humana.

          

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Até quando Tupanatinga será escrava do voto de cabresto?

 



     Desde 1989 quando o "golpe" de Proclamação da República foi instituído no Brasil, vivemos uma república falida, que transborda rios de escândalos de corrupção.     

   Saímos do século XIX, mas o sistema corrupto de "troca de favores" ainda permeia pela política brasileira. Tupanatinga tem 56 anos de emancipação política, porém continua presa a esse cenário retrógrado e caótico que escraviza seu povo. 

     A corrupção generalizada é advinda dos prejuízos da omissão popular, somada à elegibilidade de pessoas inadequadas no poder, que em vez de garantir os direitos e bem estar da sociedade, trabalham geridos pela ganância e ambição.

     No judiciário, legislativo e executivo, é visto a troca de cargos públicos como forma de negociação e apoio político.  

   O mesmo é notado em Tupanatinga, uma vez que não há desenvolvimento socioeconômico para propiciar empregos aos moradores da cidade, prisioneiros da prefeitura, ou mendigos do comércio. Um mecanismo pífio que permanece vivo.

                        

                .

    Tal situação gera indignação e "descrença política" na sociedade civil, desacreditada de um governo que possa desenvolver ações públicas e trabalhistas, que agreguem a comunidade sem a compra de votos. Afinal, a criação de fins e recursos possibilitadores do desenvolvimento da cidade e seus habitantes, é um dever do governo, que se preocupa com evolução de seu povo, e não de seu patrimônio financeiro.

     Não é fácil se libertar de um regime que perdura há décadas, no entanto, os únicos que podem mudar o atual sistema político do município, somos nós. Uma das grandes questões a ser enfrentada pelos tupanatinguenses, é saber o poder e a responsabilidade que possuem sobre o voto, por isso a prática diária de uma consciência política com senso crítico é uma obrigação de cada cidadão.

     É necessário a adoção de posturas éticas e otimistas, junto à coragem. Educação e informação, auxiliam na formação de cidadãos mais conscientes. O uso dessas ferramentas é crucial para a ruptura deste círculo vicioso São agentes transformadores capazes de escrever uma nova história. 


                                                                                      Por Samara Florêncio





quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Análise de conjuntura Política: Um Projeto adiado na terra de Santa Clara.

                                                                                                                            Por:  Pe. Roberto Silva.

Falar em conjuntura política em Tupanatinga é compreender o contexto político que nos encontramos, com um claro esvaziamento de partidos políticos, e a supremacia dos Clãs familiares, os quais não permitem a política como arte do diálogo, da ciência da organização, da governabilidade e do cuidar das instituições públicas. Nesse sentido os Cristãos tem um papel importante.

Por isso, começo essa análise, me apropriando da Doutrina Social da Igreja e da fala do Papa Francisco que nos diz: “Para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política”. Nós, cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. Você, então, me dirá: Mas não é fácil, pois a política está muito suja. E, então, eu pergunto: A política está suja, por quê? Não será por que os cristãos se envolveram na política sem o espírito do Evangelho? Faço-lhe outra pergunta: É fácil dizer que a culpa é de outro, mas eu o que estou fazendo? É um dever trabalhar para o bem comum, é um dever do cristão! “A política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dirige ao povo brasileiro uma mensagem de esperança, ânimo e coragem. Os cristãos católicos, de maneira especial, são chamados a dar a razão de sua esperança (cf. 1Pd 3,15) nesse tempo de profunda crise pela qual passa o Brasil. Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência, discriminação, mentiras e com oportunidades iguais para todos. Somente com a participação cidadã de todos os brasileiros e brasileiras é possível à realização desse sonho. Esta participação democrática começa no município.

Se quisermos transformar o Brasil, comecemos por transformar os municípios. As eleições são um dos caminhos para atingirmos essa meta. Os cristãos leigos e leigas não podem “abdicar da participação na política” (São João Paulo II). A eles cabe, de maneira singular, a exigência do Evangelho de construir o bem comum na perspectiva do Reino de Deus. Contribui para isso a participação consciente no processo eleitoral, escolhendo e votando em candidatos honestos e competentes.

As eleições municipais têm uma atração e uma força próprias pela proximidade dos candidatos com os eleitores. Se, por um lado, isso desperta mais interesse e facilita as relações, por outro, pode levar a práticas condenáveis como a compra e venda de votos, a divisão de famílias e da comunidade. Na política é fundamental respeitar as diferenças e não fazer delas motivo para inimizades ou animosidades que desemboquem em violência de qualquer ordem.

Dos prefeitos, no Poder Executivo, espera-se “conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos”. Dos legisladores, os vereadores, requer-se “uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”. É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do bem comum. Uma boa maneira de conhecer os candidatos e suas propostas é promover debates com os concorrentes. Em muitos casos cabe propor-lhes a assinatura de cartas-compromisso em relação a alguma causa relevante para a comunidade.



Diante dessa realidade coloquei meu nome a disposição como um simples pré-candidato, tendo em vista, que o povo tivesse uma opção para refletir nas suas escolhas. Contudo, me foi imputado uma advertência, proveniente de uma representação de pessoas, alegando que minha possível candidatura estaria a dividir o povo da comunidade católica. Sobre pena de demissão do meu estado clerical, tive que retirar minha candidatura no momento atual, pois não estou junto do povo para dividir, mais sim, para somar e trazer novos horizontes, claro que isso, foi uma articulação daqueles que pensam o contrario, e que entende a politica como politicagem, que desconsidera o bem comum, usa de esperteza desonesta e da mentira para buscar e continuar com seus interesses pessoais.

O projeto foi adiado, mais a luta continua, para que tenhamos no futuro uma Tupanatinga, uma cidade inteligente, afinal sou Também cidadão tupanatinguese pelo decreto Legislativo nº 12/2019 aprovado de forma unânime pela câmara legislativa nos termos do Art. 35, inciso XVI da Lei Orgânica do Município e Art. 4, inciso V, alínea “e” do Regimento Interno da Casa Legislativa.

Além é claro, de ser devoto de Santa Clara nossa padroeira, que transmite um potencial sócio, econômico, turístico e religioso, que necessita ser explorado para o crescimento do nosso município, em todas as suas dimensões desde a religiosa a socioeconômico, esse ano frente à pandemia não fora possível rezar como a tradição do munícipio assim bem o faz, saudamos a todos os paroquianos e o seu vigário que apesar de todas as dificuldades com muita fé, ofereceram a toda a comunidade pelas mídias sociais a oportunidade de rezar a novena de Santa Clara, trazendo tantos benefícios a todos os devotos, sou grato por ter sido, um dos convidados para rezar durante uma das noites, minha gratidão a todos.

Por fim, deixo para você os “10 mandamentos do eleitor” faça sua reflexão.

I.      Não Deixe de Votar: A sua ausência enfraquece a democracia. Se tiver fora do seu domicílio e não for mesmo possível votar, não esqueça de justificar em qualquer local de votação. Se você perdeu o título, não haverá problema, pois você poderá votar com um documento oficial e original de identidade com fotografia.

II.    Não vote contrariando sua opinião: Não mude seu voto por influência da mídia. Nem sempre o candidato mais simpático é o mais competente.

III.   Não venda seu voto nem o troque por favores: Não só a compra de votos é crime eleitoral, pois o eleitor que vende o voto ou apenas solicita algo em troca do voto está sujeito à pena de quatro anos de detenção.

IV.   Não vote para contentar amigos ou parentes: O candidato que é bom para os outros eleitores, nem sempre será bom para você, principalmente se os parentes e amigos trabalharem para algum político.

V.    Não vote sem conhecer o programa do candidato e do partido dele: Os candidatos e partidos devem conhecer os problemas da população e ter a capacidade para solucioná-los. Analise se têm condições de cumprir o que prometem.

VI.   Não vote sem conhecer o passado do candidato: Com a Lei da “Ficha Limpa”, a Justiça Eleitoral tem sido mais efetiva em afastar os maus candidatos. No entanto, é prudente que o próprio eleitor busque melhores informações acerca da vida precedente dos políticos. A internet auxilia muito nesta busca.

VII. Não vote sem conhecer o caráter do candidato: Ter bom caráter significa viver com moralidade, o que envolve a honestidade, sinceridade, a integridade, a confiança e comprometimento. Não eleja ou reeleja candidatos sem caráter.

VIII. Não deixe nenhuma pesquisa mudar o seu voto: As pesquisas podem influenciar quando é muito grande a margem entre o primeiro e o segundo colocado, mas muito pouco entre os tecnicamente empatados.

IX.   Não anule seu voto: Ao contrário do que se pensa, mesmo que haja mais de 50% de votos nulos, isso não anula a eleição.

X.    Não vote em branco: Voto em branco: o eleitor sabe votar, mas não quer votar ou não tem candidato. É o voto de protesto. O voto branco não vai para o candidato ou partido mais votado. Nem o voto branco e nem o voto nulo conta para qualquer candidato.

Peçamos a Deus pela intercessão de Santa Clara que nos ilumine neste processo de escolha. Um fraterno abraço.

 

 

Fonte:

Cartilha da CNBB: O cidadão consciente participa da política.

Compêndio da doutrina social da Igreja, pontifício Conselho “Justiça e Paz”; trad. CNBB 4 ed. SP: Paulinas, 2008.

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Kapinawá: Eles ainda estão aqui

   Por Samara Florêncio 

 


Quando Pedro Álvares Cabral desembarcou em solo brasileiro, eles aqui já estavam, já tinham seus costumes, crenças e cultura. No entanto, o homem branco Europeu, com sede de riquezas naturais, escravizou e dizimou metade da população indígena brasileira. 

520 anos depois, os índios permanecem espalhados pelo Brasil, já não abundantes como em 1500, mas com histórias travadas na língua, e tradições estampadas na pele. 

O Amazonas não é único estado brasileiro onde os indígenas habitam, ao longo dos séculos eles se expandiram pelo país, organizando suas aldeias e mantendo vivos seus ensinamentos. Em Pernambuco, nas terras que se estendem entre os municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, na área de transição entre o Agreste e o Sertão de Pernambuco, no Vale do Ipanema, no sertão do Moxotó”, podemos encontrar a tribo Kapinawá. 


O povo Kapinawá reúne quase 5 mil indígenas em diversas aldeias há 300 km de Recife , a aldeia Colorau é uma delas. O Cacique Robério Francisco explica que seu povo tem sua própria organização, pajé e grupo de conselheiros para viabilizar o acesso com líderes das demais aldeias e órgãos públicos do município de Buíque, onde sua aldeia se encontra. Já a aldeia Julião pertence ao município de Tupanatinga, um dos seus líderes é Leonildo Gomes, "Aqui em Tupanatinga nós dividimos em 80 famílias dentro das aldeias Julião, Palmeira, Macaco e Massaraduba, através dos conselheiros de cada uma, as comunidades recebem orientações", explicou o indígena. 

Costumes e religiosidade

 Assim como a maioria dos povos indígenas na região Nordeste, os Kapinawá expressam sua religiosidade nos rituais do Toré, onde costumam beber o Anjucá, o vinho da Jurema, e receber os espíritos de seus antepassados. O catolicismo também é predominante, em 30 de janeiro fazem festejos ao seu padroeiro São Sebastião. O Samba de Coco é uma manifestação artística presente na cultura dos kapinawá, por meio dela cantam e dançam em suas comemorações. 

 A agricultura do povo é rica e diversificada, cultivam milho, mandioca, feijão, batata doce, bananeira, abóbora e melancia.

 Colaboradores

 Por meio da Funasa o estado de Pernambuco disponibiliza equipes de saúde que fazem visitas mensais às aldeias, além de professores contratados para formação da educação de crianças e adolescentes. O líder Leonildo, ressalta que dentro do ambiente escolar existem também os "Detentores de Saberes", responsáveis por repassar adiante os costumes e ensinamentos dos seus ancestrais para a comunidade.

De acordo com o cacique da tribo Colorau, seu povo recebe pouco auxílio por parte dos municípios, “Pra realizarem um conserto de estradas, temos na maioria das vezes, que nos mobilizar para irmos buscar as máquinas. Um apoio muito importante que temos é da ONG Amigos do Bem que ajuda bastante várias famílias indígenas", disse Robério.


 Hoje ainda existe uma grande luta pela demarcação de terras indígenas no Brasil, para os Kapinawá esse processo também foi longo e cheio de conflitos, mas estão vivos e fortes, preservando e protegendo as nossas florestas, perpetuando tradições e arte, por isso é necessário a maior valorização destes que foram os primeiros habitantes do país.




Mestres da nossa cultura


Nossos mestres da cultura popular são como verdadeiros guardiões da história e da cultura. São eles quem levam parte da sua vida em defender, receber e repassar   saberes de geração em Geração, dessa forma constroem conhecimento, obtendo notoriedade  sobre o  saber daquela cultura, verdadeiros Mestres da sabedoria popular.  São eles responsáveis pelas manifestações culturais e tradicionais existentes. como samba de coco, Capoeira, Festas Juninas e da Padroeira, às vezes, mesmo sem convite, chegam e fazem à festa. As Histórias de suas tradições muitas vezes se confundem com a história do seu município. O Reconhecimento dessas tradições é uma ação de preservação da memória cultural desse  povo e do lugar.

Na Cidade de Tupanatinga, a 312 km de Recife, os mestres da cultura carregam no ombro o peso da história, mas repassam com alegria os saberes dessa tradição. Mesmo sem mapeamento cultural do município ,  é notório  registros de algumas manifestações culturais destes guardiões frente ao samba do Coco como Mariquinha do Coco, Chicaca da Capoeira, Zé Silva da banda de Pífano Santa Clara, seu Manuel da Banda de Pífano da Serro dos Dé; sue Jeruso frente ao grupo de São Gonçalo, Pedro de Zeca e tantos outros.

São esses Senhores e  Senhoras , conhecedores da cultura da Cidade, contadores de histórias e causos, cantadores  das dores e das alegrias de um povo, tocadores que animam festejos diversos nos terreiros e lugares longínquos ; dançadores, puxadores do povo para entrar na folia de rei, de são Gonçalo, do samba de coco, do forró em noites juninas;  escritores  e poetas  que no meio dessas manifestações culturais, realizadas em suas comunidades de tradição, vão adquirindo, retendo e repassando saber,  importante e necessário  para construção do conhecimento e vão se tornando referência  cultural . Nossos mestres tem o seu papel  na formação da sociedade. Conheça, então, alguns dos mestres da nossa cultura: 

                                          

                     Mariquinha , mestra do samba de  coco



Mariquinha do Coco, grande  expressão da cultura popular:  Mestra do Grupo de Samba de Coco raízes de Tupanatinga.  Há 50 anos defendendo a cultura do seu  povo que segundo a própria já é a  terceira geração. Agora , prepara filhos, sobrinhos e netos  para continuar  de gerações a gerações. Devido a sua coragem e perseverança, este movimento (samba de coco), mesmo empoeirado com o cansaço do tempo, continuará  vivo.

Para Mariquinha, defender sua cultura é a sua missão de todos os dias. Para ela o samba de coco é mais que um movimento. É sua própria identidade. Gosta da arte e o seu sonho é ensinar aos mais jovens para que esta cultura ultrapasse geração.

A Rainha do Coco é um espetáculo à parte: diferencia-se pela alegria e energia com que se apresenta, defende a atividade do grupo de coco de Tupanatinga e contagia pessoas.


           Mestre do Grupo de Dança de São Gonçalo 

                                   

                                                                                               Por Edimilson

Seu Geruso, é o Mestre do Grupo de Dança de São Gonçalo em Tupanatinga. Residente no Sitio Cacimbinha, agricultor. Mantem um grupo com 24 dançadores há mais de 50 anos e tudo começou com o pagamento de uma promessa alcançada. O movimento é convidado  para apresentações em toda a região.  Basta ter uma  graça alcançada, o Grupo de Dança de São Gonçalo vai festejar esse momento cujo pagamento pela promessa alcançada,  são longas horas de festejo ao Santo Gonçalo do Amarante,  mas muito popular e querido no Brasil. Uma dança muito apreciada e quando o grupo atende as exigências culturais  da tradição é um evento muito bonito de  se vê., comentou o mestre.  

Manoel Pedro de Araújo, mestre do Pífano e 

representante da  Banda de Pifano Serra dos Dé



Banda de Pífano da Serra dos Dé   -   Assim como  o  Samba  de  Coco de Tupanatinga, a   Banda de Pífano de Serra dos Dé, atravessa gerações e faz  parte  de  uma  cultura  raiz  de uma   família que a adotou a arte do pífano  desde  os  primórdios  do     século  20  até hoje. Foram quase três gerações.

Manoel Pedro de Araújo , Baia. É o mestre do Pífano. Já nasceu pifeiro, pois essa tradição já vem do seu  Pai, Tios  e avô. É seu Baia quem cuida da produção, é o mestre que repassa aos mais jovens o que aprendeu do seu Pai. Também cuida de dá orientações aos parceiros da banda que em sua maioria são veteranos também. A Banda que já foi a grande atração na região, nos últimos anos  sofreu uma desaceleração. O Mestre Baia sofreu de problemas de saúde e ficou quase que imobilizado, seu filho é quem está reestruturando e tentando ativar o movimento.

         Chicaca, o grande Mestre da Capoeira 



Valdir Felix da Silva   Chicaca, A Capoeira chegou, aqui em Tupanatinga no ano de 1998, através do professor de Capoeira Valdir, conhecido como Chicaca, o qual fundou o Grupo de Capoeira Negro Fujão da Cidade de Tupanatinga. Professor e mestre da Capoeira, há mais de  20 anos . Também é uma grande história de  resistência com grandes conquistas. Único movimento  com seu próprio espaço e com oficinas em funcionamento. 



    


     José Silva, mestre da cultura tradicional  da  banda de Pifano de Tupanatinga


José  Silva mestre da banda de Pífano Santa Clara, guardião de uma tradição  cultural muito presente  na comunidade de Tupanatinga. Um movimento de mais de 50  anos. A banda de Pífano sempre teve seu espaço na Matriz de Santa Clara, sua maior participação era abrilhantar uma outra grande tradição da Cidade que era celebrar os festejos da tradicional festa da padroeira, Santa Clara de  Assis. A banda de Pífano sobre a orquestração do mestre José Silva, em época do evento, anunciava as seis da manhã com uma marcha muito marcante e uma batida forte e repetida acompanhada por explosão de fogos de artifícios, inesquecível.


                         Maria José, dona Branca, mestra do                               Artesanato do Sitio Pilões

MARIA JOSE, mas conhecida como Branca, residente no sitio Laranjo, município de Tupanatinga-PE, há 35 anos desenvolve a cultura artesanal e com ela mais umas 10 bordadeiras. Começou com 16 anos. Aprendeu os primeiros pontos de cruz com a vizinha, dona Severina. Hoje ela é a mestre que repassa seus saberes para muitas artesãs as quais são as referências da Associação dos agricultores do Sitio Laranjo. Dona Branca, com as bordadeiras do Sitio Laranjo, como são conhecidas, produzem várias artes como Crochê, Bordado de máquina, Bordado ponto de cruz, Bordado de fita, Bordado de vagonite e pinturas.  Suas obras sempre estão presentes nas amostras da cidade e Região.

Casada com o Sr. Pedro Ginaldo, agricultor. Mae de três filhas. A filha do meio Gabriela, tomou gostou e além do bordado, desenha e pinta.  

 

 

 






Quatro candidatos disputam a eleição pela Prefeitura de Tupanatinga

 



Conheçam os postulantes à Prefeitura do Município de Tupanatinga (nossa Cidade/nossa Casa) , são eles:

Davi Araújo Vicente Araújo,33 anos, do Partido Comunista do Brasil (PC do B), Seu Vice-Prefeito Edileuso Rodrigues Barbosa (PSOL) tem apoio da coligação Fora Política Velha e Viva o Novo. Composição PC do B e PSOL.


Diego Teixeira Cavalcanti Minervino,28 anos, que pertence aos quadros do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Vice-Prefeito Marcos Antônio Brunhara (MDB),58 anos, e tem a sua candidatura patrocinada pela Coligação Tupanatinga Unida Com a Força do Novo. Composição PTB/ MDB / DEM.


Manoel Tomé Cavalcante Neto (55 anos) do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Vice-Prefeito José Carlos de Lima (Carlos de Idelfonso), 45 anos. (PT), pela coligação Frente Popular de Tupanatinga-FTT, Composição PSB/PT/REPIBLICANOS.


Silvio Soares dos Santos, 55 anos, candidato pelo Partido Progressista (PP), Vice-Prefeita Mara Mosarelle Rodrigues Brasileiro, (Mara) 58 anos, (PATRIOTA) pela Coligação Tupanatinga Segue Avançando.  Composição PATRIOTA/ PP


Obs.: Registro do candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Manoel Tomé Cavalcante Neto, teve o registro da sua candidatura negado pelos juízes que integram o Tribunal Regional Eleitoral


A legislação permite que o candidato concorra nessa condição, mas corre o risco de vencer o pleito e não assumir, na hipótese da decisão do TRE ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)


         A Comunidade da Cidade de Tupanatinga vai escolher no dia 15 de novembro seu novo gestor municipal ou renovar o mandato atual por mais 4 anos.

                
         Tupanatinga é uma cidade pequena mais é uma cidade que tem asas para crescer e tomar voos.

       

     

     

        A nova geração que está surgindo  com força e tem pressa. Quer educação, trabalho e desenvolvimento. São conhecedores e consciente disso e hoje são ativos, querem espaço e progresso. Já estamos sentindo seu interesse pela política e pela educação. Querem uma política nova mas não significa especificamente ser ou não um jovem na Política, mas sobre uma nova visão política com novas atitudes que possa tirar o município dessa trava, desse bloqueio. Essa mudança já está em curso e o tempo estará preparando. A questão não é só dos agentes políticos, mas sobretudo da sociedade. O Político como um agente do meio e consciente do seu papel saberá que a verdadeira mudança não tem cor, raça, gênero ou ideologia. Ela é estrutural e faz parte dos anseios de uma sociedade que durante anos vão se acumulando, fortalecendo e tomando forma E já tomou.

 

 por

edimilson

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

O professor será substituído pela máquina?




  


            Ser Professor é ser capaz de, com apenas um olhar, impulsionar o outro a sonhar e a persistir. É buscar potencial onde todos já desistiram. É estimular cada pessoa a se tornar cada dia melhor.

                              Rosário  Paulino

                               Professora

        


    Estávamos todos, cada um no “seu lugar”, e de repente todos foram obrigados a saírem das escolas, dos cinemas, das praças, dos bares, das lanchonetes, dos parques, das ruas e se trancarem em suas casas, para que pudesse ser promovido o isolamento social físico e assim diminuísse a proliferação do vírus que causa a COVID – 19. E é nesse panorama que caímos de paraquedas no ensino remoto emergencial. A tecnologia que, ainda de forma lenta, estava adentrando as escolas, agora (sem nenhuma preparação ou aviso prévio) torna-se a única ferramenta para a promoção do ensino aprendizagem. E agora muitos perguntam, e os mais ousados ou desenformados até afirmam: O professor agora será substituído pela máquina?!

    Pensarmos no papel do professor como transmissor do conhecimento, verdadeiramente nos leva a afirmar com grande ênfase sua “troca” pela máquina, pois com ela temos acessos a milhares de informações em apenas um clique. No entanto, ser professor vai muito mais além do que transmitir conhecimentos, conteúdos, informações. Ser professor, ou educador na essência da sua palavra, é ser capaz de vislumbrar um futuro promissor onde ninguém consegue enxergar. É ser capaz de, com apenas um olhar, impulsionar o outro a sonhar e a persistir. É buscar potencial onde todos já desistiram. É estimular cada pessoa a se tornar cada dia melhor.

    Pensar em substituir o professor por máquinas, é pensar em cada vez mais destruirmos as relações humanas que nos propiciam obstáculos, desafios, mas que bem orientadas, nos estimulam a sermos melhores e mais humanos. Como afirma o grande matemático Ubiratan D’Ambrósio, não se faz educação sem utopia e o objetivo primordial da educação dever ser a construção de uma sociedade ancorada na solidariedade, cooperação e respeito e se assim não for, não faz sentido uma educação para todos.

Na sala de aula, muito mais que conteúdo, também tem companheirismo, compreensão, atenção, olho no olho, ombro amigo, acolhimento, orientação, promoção do desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas, mas, também as socioemocionais as quais corroboram para a construção de um ser humano melhor. Pois, estudante não é máquina. Professor, não é máquina. Estudante é pessoa! Professor é pessoa! E como pessoa têm sentimentos, intuição, emoção, que são dimensões não dicotômicas e que necessitam de atenção também no ato de aprender e ensinar.

    Com esse olhar, como substituir a figura daquele que muito mais que apresentar a informação faz a sua curadoria, instiga a reflexão, o debate, a criticidade, media a construção do conhecimento levando em consideração a pessoa, e corroborando com a formação humana em suas várias dimensões? A máquina fará isso? Jamais.

    Como afirma Jane Haddad: -“Só será substituído por máquinas o professor que não sabe qual é o seu propósito primeiro”. E assim, cremos que essa pandemia, o isolamento social e consequentemente o ensino remoto, não vieram para acabar com a figura do professor, mas sim fortalecer a importância desse grande profissional e a sua valiosa contribuição para a formação da pessoa humana e consequente colaboração na construção de uma sociedade mais justa.



 

 

DOS MESTRES AOS NOSSOS MESTRES DE TODOS OS DIAS


 


 

 





domingo, 8 de novembro de 2020

COMO DECIDO MEU VOTO? Eis a questão OU algumas questões para pensar!



                                                         Eis a questão OU algumas questões para pensar!

Prof. Dílson  Cavalcanti
Pensar a política, seus processos, seus bastidores, suas consequências tem me despertado muito interesse nos últimos anos.

Tenho dedicado horas por dia para estar informado e, assim, poder compreender melhor a dinâmica desse atividade que embora muito criticada, é, inquestionavelmente, salutar para o desenvolvimento de uma sociedade.

O VOTO: dialética; tipos e qualidades

Pode ser facultativo (plebiscitos) ou obrigatório (eleições majoritárias e proporcionais). Pode ser nulo, em branco, na legenda, no candidato. Esse lado do voto eu diria que é o verso, é o que se ver, o que se conta. Mas o verso também tem o avesso.

O avesso poderia ser a qualidade do voto: voto consciente, voto responsável, voto de protesto, voto de cabresto, voto comprado, voto vendido, voto da ignorância política, voto da conveniência, voto da cesta básica, do saco de cimento, do milheiro de telhas/tijolos, da cirurgia, da gasolina, do R$ 10,00, R$ 100,00, R$ 1.000,00 e até R$ 100.000,00.

Tão importante quanto o verso do voto é o avesso. O voto obrigatório que tem no avesso o voto de cabresto ou vendido é algo abominável, não obstante, muito comum.

Se perguntarmos a cada cidadão que tem a obrigação de votar se ele sabe qual o papel de um deputado federal, de um deputado estadual, de um senador, etc, certamente verificaremos que nem sempre há consciência de cada função.

E se perguntarmos: o que é eleição majoritária (simples/relativa ou absoluta) e proporcional? Como são distribuídas as vagas nas Câmaras federais e estaduais? E nas câmaras de vereadores? Por que há segundo turno? Em quais situações? No estado em que moro, quantas são as vagas para deputados federais e estaduais?

As respostas a estes questionamentos deveriam ser conhecimento básico e comum a qualquer um que tenha a obrigação de exercer de maneira ética e responsável o ato de votar.

Pelo que tenho visto, uma coisa muito comum é o ato de votar desacompanhado do ato de decidir. Decidir é um ato difícil, por natureza. Decidir entre diferentes candidatos para exercer um cargo seja legislativo ou executivo é ainda mais complexo.

Como decido meu voto?

Ao nos questionarmos sobre esse ato, está em jogo autoconhecimento e autocrítica. Consequentemente, isso coloca outra questão importante que é a autonomia.

Infelizmente, tenho também percebido muitas pessoas declarando votos tendo como principal motivador o fato de algum político ou grupo político do município estar apoiando. Abre-se mão, portanto, da autonomia.

Por essa razão, deixo alguns outros questionamentos sobre a necessidade de pensarmos mais sobre o ato de votar e o ato decidir.

Quais critérios utilizo para decidir meu voto?  Sou autônomo?  Exerço com reflexão e criticidade o voto? Quais candidatos eu conheço? Quais as trajetórias deles? Quais os pontos positivos e negativos? Tem experiência legislativa? Faz diferença? O que muda quando exerço minha cidadania com autonomia e criticidade pesquisando os candidatos, analisando suas propostas, seus perfis? Colaboro com a mudança ou com a manutenção do status quo político? O que defendem meus candidatos no que diz respeito à Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, Segurança, Cultura? Qual a ideologia do candidato que pretendo votar? Ele faz política com diálogo e fortalecimento dos movimentos sociais, estudantis, sindicatos ou a política deles é com os políticos locais que se comprometes à buscar votos (cabresto, vendido, da ignorância política, da conveniência) para eles?

Esses questionamentos meus amigos, são apenas alguns dos que precisamos fazer para exercer de maneira crítica e reflexiva nossa cidadania.  Que possamos ter um voto com verso e avesso coerentes, que nos honre, que nos digne, que projeto um futuro melhor.

Decidam o voto com consciência, autonomia, critérios.

Boas eleições.

 

Prof. Dilson Cavalcanti