EDUCAÇÃO NO CAMPO
Refletiremos
neste artigo acerca de como a política pública de Educação do Campo vem
sofrendo retrocessos. Justamente por parte de governos do Partido dos
Trabalhadores. Diante dessa questão fez-se uma análise dos governos atuais: Governos
Municipal, Estadual e Federal.
Na análise desta conjuntura verificou-se que a luta
pela Educação do Campo sofreu retrocessos de duas naturezas: a) deslocamento de
lugar da Educação do Campo que, paulatinamente, vem se deslocando das origens
camponesas, e b) pela institucionalização da política, que afastou
deliberadamente as organizações dos trabalhadores de sua condução.
O PRONERA (Programa Nacional de Educação na Reforma
Agrária) teve por objetivo oferecer ensino superior, público e de qualidade aos
moradores do campo ligados aos movimentos sociais e à luta pela reforma
agrária. Desta forma, buscamos ressaltar as principais características que
distinguem este Curso Especial de um curso regular, além das dificuldades de
sua implementação e a importância de sua criação.
Ø A escola é resultado de um processo histórico, ela
surge no século XVIII junto com o processo de industrialização.
Ø Ela participou da construção da nova ordem
burguesa, capitalista, contribuiu para a formação da classe trabalhadora assalariada.
Ø Pela naturalização do trabalho
assalariadoaprende-se na escola a ordem burguesa, o trabalho capitalista,
assalariado. Desde pequeno se aprende que se será trabalhador para receber
salário, estudar para ser alguém na vida.
Pelas práticas Alienadas: o processo educativo é
condicionado por elementos alheios aos sujeitos: O aluno é alheio ao
planejamento escolar, os professores são alheios ao currículo, etc.
Ø Pela Competição: a escola fomenta a competição
destrutiva entre seus membros, ao contrário da cooperação. Incentiva o fracasso
dos outros e o êxito alheio é percebido como um fracasso próprio.
Ø A avaliação é tida como um motivador artificial da
aprendizagem, por ela se materializa o controle e as relações... A nota vira
uma moeda de troca, produzo algo e recebo algo em troca (uma nota).
Ø Para Freitas, a lógica da exclusão e a lógica da
submissão se completam: caso as crianças não
aprendam o conteúdo escolar,aprenderão a ser submissas. Sendo a escola espaço
da preparação dos futuros possuidores individuais da força de trabalho no
mercado e futuros competidores a disputar vagas nas empresas e a ser capital
humano.
Precisa que a organização do trabalho pedagógico
tenha a ver com a realidade do campo para que transcenda a mera função de
instrução no processo de ensino-aprendizagem;perpassando pela função educativa
da escola, gestão participativa, participação da comunidade, cultivo da mística
e padrões de cultura e convivência que respeitem os valores de igualdade,
justiça e solidariedade, fazendo da escola um ambiente com conteúdos ancorados
na realidade.
Ø Conhecimento escolar é derivado da vida
Ø Pesquisa da realidade (Inventário da realidade)
Ø Desenvolver o trabalho socialmente necessário
(campo)
Vinculo escolar e trabalho – conexão com a vida
Ø Organização do campo escolar em diferentes
momentos: aulas, leitura, mística, trabalho, Educação Física.
Ø Aumento do tempo escolar
Ø Condições estruturais
O desafio é fazer uma escola que garanta de fato
acesso ao conhecimento necessário ao uso do dia a dia do campo, e para além da
realidade específica do homem do campo preparando-o, também, para o mundo.
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