ODILON TEIXEIRA
CAVALCANTE
ALGUMAS ESTÓRIAS DE UM
HOMEM DIGNO E BEM FEITOR
POR LUIZ CARLOS
CAVALCANTE
Tenho a honra de
poder escrever algumas estórias vividas e contadas por nosso pai Odilon
Teixeira Cavalcante, homem simples que construiu sua história em bases sólidas,
seguindo os ensinamentos de seus pais. Tendo nascido no município de
Quebrangulo-AL, em 25/02/1922, filho de Clarindo de Albuquerque Cavalcante e
Amélia Teixeira Cavalcante. Seus pais
eram descendentes de família de agricultores e muito humildes, tinha a
agricultura como o único meio de sustentação familiar. Diante das dificuldades vividas
nas terras dos Marechais Alagoanos, resolveram se mudar para uma nova terra em busca
de novos horizontes. O seu pai Clarindo de Albuquerque era um homem de poucas palavras
e extremamente retraído. A sua primeira morada nas terras pernambucanas junto
com seus pais foi no distrito de Santa Clara, mais especificamente no sítio
Bernardo, onde viveu boa parte de sua infância. Entre os filhos de Clarindo e
Amélia, Odilon Teixeira logo se destacou e viu no comércio uma oportunidade
melhor de progredir na vida, então, ainda jovem veio se instalar na Mata Verde
e lá colocou um pequeno boteco, na verdade não era nem isso, segundo ele
contava, neste pequeno comércio ele comprava garrafas vazias e ia vender no Rio
Branco (Arcoverde). O transporte era feito a pé e em alguns animais
A FAMÍLIA
Já estabelecido como
pequeno comerciante lá na Mata Verde, conheceu D. Eleuzina, moça formosa e
muito bonita, filha de João Noé e Clara Teixeira, de família tradicional. No
início, o namoro não era visto com bons olhos, pois Odilon era moreno e tinha
fama de muito namorador, aliás levou esse título por toda sua vida. Com
Eleuzina teve 06 filhos: Aldelzira, Aderita, Adalgisa, Pedro Teixeira, José
Edinaldo (Naná) e Luiz Carlos (Lula), sempre foi um homem que trabalhou para
dar o necessário e uma vida confortável aos seus filhos, tendo como exemplo o
respeito as pessoas, a convivência solidária e o amor ao próximo. Superando as dificuldades da época, conseguiu
formar todos os seus filhos, motivo de muito orgulho para ele, pois, naquela época
a mentalidade das famílias estava voltada para o trabalho principalmente na
agricultura.
A POLÍTICA
Sendo seu Odilon
Teixeira um comerciante na época bem sucedido, iniciou a sua carreira política
ao lado do Coronel José Emílio de Melo e seus filhos. No início, como cabo
eleitoral, tornando-se depois um político de carreira sólida e bem-sucedida,
ocupou vários cargos: foi sub-prefeito, vereador, vice-prefeito e prefeito. A
sua carreira política foi construída com o apoio incondicional de sua esposa D. Eleuzina
Teixeira, que na verdade era a grande líder comunitária conhecida na região
como uma mulher forte e bem-feitora, acolhia todas as pessoas e tinha um
trabalho social inigualável principalmente com os menos favorecidos. No decorrer
da história política de seu Odilon Teixeira, várias passagens ocorreram que
valem apena ser lembradas e uma delas foi a façanha de eleger sua filha Adelzira
Teixeira, ainda estudante, morando em
Arcoverde e com 18 anos de idade a vereadora mais votada de Tupanatinga. Pois
bem, entre tantas disputas políticas a que teve maior importância, adrenalina e
emoção foi quando decidiu disputar a prefeitura de Tupanatinga, no ano de 1982,
que por ironia do destino teve como opositor o seu amigo Jaime de Melo Galvão.
Saindo-se vencedor, a eleição foi marcada por uma grande tragédia, pois a cinco
dias do pleito a sua companheira, mentora política e esposa faleceu, deixando a
alegria da vitória com amargor da perda de uma pessoa tão amada e querida por
todos.
A GESTÃO 1982-1988
A sua gestão foi marcada
pela a conquista de grandes e importantes obras para o município de Tupanatinga
em todas as áreas de desenvolvimento. Sendo sucessor de um bom Prefeito, Artur
Flor de Souza, cabia a seu Odilon Teixeira deixar a sua marca e ele trabalhou
com todas as suas forças para não decepcionar os seus eleitores. Destacamos como
obras de grande relevância em seu governo:
·
a construção de 25 escolas municipais;
·
construção do açougue e mercado público;
·
construção do canal do Riacho dos Pintos
cortando toda cidade;
·
construção do curral do gado no bairro do
Fundec;
·
construção da rede esgoto em grande parte da
cidade;
·
construção de calçamento em várias ruas da
cidade e povoados;
·
construção da primeira quadra de esportes
da cidade;
·
aquisição de vários veículos e máquinas,
destacando-se as aquisições de uma Patrol, uma Enchedeira e um Trator de esteira,
esses equipamentos estavam a serviço do povo do município, a abertura de estradas
e sua manutenção foi uma das grandes marcas de seu governo, não esquecendo uma
grande quantidade barreiros entregues aos agricultores.
·
Outro ponto forte da gestão do então Prefeito
Odilon Teixeira, foi a assistência social às pessoas carentes, de um modo muito
especial a saúde do seu povo.
·
Implantou a festa de rua da padroeira Santa
Clara ;
·
Apoio as atividades esportivas e tantas
outras ações fizeram de Odilon Teixeira um Prefeito dos melhores prefeitos de
Tupanatinga.
MISSÃO CUMPRIDA
Seu Odilon Teixeira,
faleceu no dia 18/12/2018, de bem com a vida e ao lado dos filhos. No período
de recolhimento quando já não podia mais fazer segundo ele as suas vontades,
nos relatou algumas de suas passagens pela vida que lhes proporcionaram grandes alegrias e também
tristezas. Entre as alegrias, ele citava o seu segundo casamento com Adelma
Melo, que foi sua companheira durante muitos anos; também falava da honradez em
reconstruir a sua vida financeira na cidade de Bom Jesus da Lapa-BA, quando já
tinha mais de 80 anos e depois de ter perdido todos os bens materiais em uma
disputa para prefeito que ele considerava injusta, pois sabia ele que na
vontade do povo teria sido ele o eleito; destacava com muito orgulho e alegria
a educação e os ensinamentos que transmitiu aos seus filhos e netos;
orgulhava-se também de ter cultivado grandes amizades e de ter chegado ao fim da
vida sem ter nenhum inimigo; citava com veemência e orgulho da sua posição
política partidária. Os poucos relatos de tristezas ficaram por conta das
perdas de familiares e amigos, falava que rezava todos os dias um terço pela
alma do seu filho Naná, sendo este ocorrido o que mais abalou a sua vida. Nunca
reclamou de ter perdido batalhas políticas nem bens materiais, viva feliz,
agradecia muito a Deus por tudo que conquistou, não entendia muitas vezes os
momentos de solidão que viveu, queria mesmo era uma vida recheada de bons
amigos. .
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