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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Santa Teresa de Calcutá: mais que uma Santa, um exemplo de humanidade


                                                                                                                               
                                                                                                                                    por Vanusa Lima 

Estava buscando inspiração para escrever um texto quando de repente vi uma reportagem sobre a Madre Teresa de Calcutá, hoje, Santa Teresa de Calcutá. Fiquei encantada não apenas pela pessoa que ela foi, mas, com o seu legado que perdura por quase duas décadas após sua morte.
Mas, o que pode chamar tanto a atenção de alguém assim? O que a Madre, hoje Santa, fez de tão especial para merecer uma reflexão a respeito? Bem, eu explico. Gostaria que essa não fosse uma exceção da humanidade, mas, pelo o que vemos diariamente, principalmente nos telejornais, torna-se cada vez mais certo que a nossa humanidade se distancia do que poderíamos chamar de humanismo.
As pessoas estão perdendo o respeito umas pelas outras, e não basta ser um desconhecido. Sim, porque antes a nossa desculpa para ignorar o próximo era “Não o conheço” “Não sei se é confiável” “É um estranho”. Verdade seja dita, isso não passa de murmúrios de quem quer se esconder atrás de desculpas mesquinhas.
Acaso a Madre ignorou os pobres e desconhecidos que a ela buscavam? Não, pelo contrário. Não foram eles a procurarem pela Madre, e sim, ela que os procurou. Uma freira singela, de estatura baixa, corpo franzino e rosto carregado de hibridismo sentimental, onde as perturbações mundanas contrastavam diariamente com a sua devoção ao seu Cristo Senhor e a sua crença ao próximo.
Quando fora para as Índias, tinha uma missão: dar aulas para meninas ricas. Mas, isso a incomodava e ela sentia que não estava no lugar certo, que algo precisava ser feito e não era ali, junto daquelas garotas que desfrutavam de uma vida cheia de luxo e conforto. Então, certo dia, durante uma viagem de trem, ela ouviu uma clemência e entendeu como sendo a voz de Deus falando consigo: “tenho sede”, foi o que ela escutou.
Não tardou, e aquela freira, tão pequenina em tamanho, entretanto de uma gigantesca sabedoria e bondade, aportou na cidade de Calcutá, e, num dos bairros mais pobres da cidade, em meio às vielas sujas e rodeadas por animais soltos, e lixo por todos os lados, convenceu os pais de algumas crianças de que elas precisavam estudar, e ali mesmo, no meio da rua, onde o céu era o teto e o chão era o quadro negro, ensinou geografia e inglês.
Mas não pensem que esse foi o gesto mais nobre desse ser humano exemplar. A partir desse momento ela passou a cuidar de cada enfermo de Calcutá, tivesse ele doença contagiosa ou não, morador de rua ou não. Sua predileção eram os pobres, pessoas que passavam fome e as mais distintas privações. Para ela não havia preconceito, não importava a etnia, religião ou qualquer outra coisa que pudesse afastar as pessoas umas das outras, como vemos comumente. Assim era a Madre Teresa... Assim, é a Santa Teresa.
E foi com esse desejo por uma humanidade melhor que vi naquela mulher, um exemplo de humanismo, de carinho e respeito ao próximo. Que bom seria se praticássemos um terço do que ela ensinou e praticou. Mas ao contrário disso, o que vemos são pessoas cada vez mais longes umas das outras, seres humanos vivendo em “mundos fechados”, insociáveis, incomunicáveis. Onde os manifestos aparecem vez ou outra por conta de grandes tragédias ou manifestações político-partidárias, mas a prática do “fazer o bem sem olhar a quem”, está tornando-se escasso, não se olha mais para uma pessoa e tenta enxergar suas qualidades, seu caráter, e sim, o quanto ela vale em “real”. Tem dinheiro? É famoso? É rico? É influenciável? Então tudo bem, porque são esses os valores que a humanidade está correndo atrás. É honesto? Justo? Leal? Não se importa com fama e sim com o bem estar de teu próximo? Parabéns, porque muito provavelmente você é uma espécie em extinção.
Mas, são essas pessoas com qualidades à beira de um colapso “desumano” que fazem com que eu ainda acredite que o ser humano não está perdido, e que a esperança continuará sendo a última a morrer, desta forma, vou continuar acreditando que a Madre Teresa, hoje Santa Teresa de Calcutá, não foi a última ser vivente que passou por nossas vidas ensinando que amor e respeito são princípios básicos para se tratar dignamente ao nosso próximo. E que independente das condições em que vivamos, merecemos o respeito de todos, porque somos seres humanos e isso por si só, já é o bastante, mas ainda assim, não nos esqueçamos de praticar o que um dia nos foi ensinado, afinal de contas, não sabemos como estaremos no amanhã. Se hoje somos a Mao estendida, noutro momento poderemos ser a que está recolhida e vice-versa. Pensemos nisso antes de “não fazermos” algo pelo nosso semelhante.                                                                 
                                                                                                       
Vanusa Lima
Jornalista 4760/PE



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