por Edezilton
Os professores da Universidade de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt escreveram o livro “Como as Democracias Morrem” onde cunham a ideia de que são as polarizações que matam as democracias.
Todos os golpes no Brasil se valeram de polarizações para se
concretizarem. A polarização tem inicio com o ato de eleger um inimigo
imaginário ou real, não importa. Porque
não há ditadura sem um inimigo. No golpe cívico-militar de 64 o inimigo eleito
foi o comunismo, no golpe de 2016 o inimigo eleito foi a corrupção. Atualmente a ultradireita que ocupa o poder
elegeu como inimigo imaginário, como em 64, o comunismo. Cria-se uma polarização do bem contra o mal,
onde a verdade é distorcida e a massa do povo pouco politizada é enganada e
conduzida. A polarização inibe o pensar crítico.
Não podemos afirmar que vivemos numa ditadura, pois o governo que aí
está foi eleito democraticamente, embora recorrendo a fake News, demagogia
religiosa, falso moralismo, táticas do engodo, negação da história etc. Mas se
fizermos uma análise das declarações e comportamentos é como se vivêssemos numa
ditadura: a defesa da ideia de escola sem partido, perseguição às minorias e
aos que pensam diferente que fizeram sair do país pessoas como a filosofa
Márcia Tiburi, o deputado Jean Willis, e a destruição que se quer fazer do
legado de Paulo Freire, etc. Ou seja, a ditadura está posta, ainda que no nível
do imaginário dos pretensos ditadores.
Recentemente a Folha de São Paulo publicou um editorial que chamou de
“fantasia de imperador” em que considera que o governo Jair Bolsonaro “combina
leviandade e autoritarismo”. Referindo-se a Bolsonaro escreveu: “será preciso
então que as regras do Estado democrático de Direito lhe sejam impingidas de
fora para dentro, como os limites que se dão a uma criança”.
A polarização, nos tempos de hoje, com a redes sociais e perfis fakes
se alastra com muito mais rapidez e aumenta o poder de destruição. Colabora
para isso a grande mídia que forma a opinião de massa conforme interesse da
elite do atraso e o poder de voto que as igrejas evangélicas mal-intencionadas
têm. Ou seja, temos, no Brasil, todos os ingredientes para que o povo seja
manipulado conforme os interesses do mercado e das elites.
Não há mais a necessidade dos Estados Unidos invadirem países inimigos
para fazer guerra armada, sempre com objetivo de se apoderarem das reservas de
petróleo como sempre fizeram. A guerra agora recebe o nome de “guerra híbrida”,
a ditadura agora é eleita pelo voto popular. Na guerra híbrida se utilizam da
polarização, do poder que tem a mídia de formular o pensamento das massas.
Elegem para presidente o governo propício a entregar as riquezas nacionais ao
capital estrangeiro. E se precisa
destruir um opositor a mídia (Rede Globo de Televisão) e parte do judiciário
utilizam o “lawfare”, agem conjuntamente: a mídia destrói a reputação e a
justiça condena e prende o opositor, caso de Lula.
Esses tempos estranhos representam atraso educacional pela negação da
história, das ciências e destruição da autonomia dos países vítimas. No caso do Brasil a entrega do pré-sal
significa a destruição do nosso futuro, uma vez que tinha sido definido que os
recursos do pré-sal seriam direcionados para educação e saúde.
Foi Nelson Rodrigues que disse “que os idiotas vão tomar conta do
mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. Esse tempo
chegou.
Por Edezilton Martins
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